segunda-feira, 12 de março de 2012

 
Yansã
Epahei, Oyá!

Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de Rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Yemanjá, mas também é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade que é uma das representações do Orixá do Fogo. Assim como a Orixá Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de Erukerê especial chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns.
Oyá é a terceira Deusa de temperamento mais agressivo, sendo que a primeira é Opará e  a segunda é Obá.
O nome Yansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Yansã : A mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer.
Segundo as lendas yorubanas, Yansã foi mulher de Ogum, ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos raios, tempestades, do fogo e do Sol.

Deusa da espada de fogo, dona das paixões, Yansã é a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos Eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Yansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Yansã é o vento forte, a brisa que alivia o calor é também o prórpio calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Yansã é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Yansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Yansã é a energia viva, pulsante, vibrante. Sentimos Yansã nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Yansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Yansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Yansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das consequências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Ela rege o amor forte, violento.
Yansã é também a senhora dos Eguns (Espíritos dos mortos) como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
É a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Obaluaê ou (Omulu), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos Eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como Deus dos mortos, Yansã carrega consigo o Eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos Eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.

É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
Dia: Quarta feira
Metal: Cobre
Cor: Marrom e vermelho
Símbolos: Espada de cobre e o Eruxin (rabo de boi ou de búfalo)
Comida: Acarajé, abará.
Saudação: Epahei, Oyá!

Arquétipo

É de pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias, pessoas que podem ser fieis, de uma lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar pelas manifestações da mais extrema cólera. Pessoas, enfim, cujos temperamentos sensual e voluptuosos podem levá-las a aventuras amorosas extra conjugais, múltiplas e freqüente, sem reservas de decência, mas que não as impedem de continuarem muito ciumentas com seus parceiros por elas mesma enganados.
São pessoas sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São pessoas batalhadoras, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente essas pessoas cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

Fim!

Boa noite!
Inté.
Valéria

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