domingo, 4 de março de 2012



Logunedé - Logun, locê,Locê!
 "Logun é santo menino que velho respeita", assim dizia Mãe Menininha do gantois.


Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um Orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Inlè ou Érinle. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com seu pai Oxóssi e seis meses nos rios pescando com sua mãe Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.
Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi.
Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.
Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na história das religiões.
Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (Isís, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras.
Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. Na verdade possui uma grande relação com Oxum, sua mãe e com Erinlé, seu pai, trazendo consigo a personalidade desses dois Orixás e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um hermafrodita que durante seis meses é Oboró (Homem) e seis meses Ìyábá ( Mulher) como algumas pessoas assim o dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais.

É citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo. Casado com três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Oxum, é um Orixá de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos assentos de Oxum sempre quando agradado devemos agradar sua mãe.
Tem predileção ao dourado, é um Orixá muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orixás.
De Oxum, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo e vaidoso. Pois Oxum lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida.
Oxum menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.
De Erinlé, seu pai, Herdou o dom da caça pois Erinlé é da família dos Odé e seu símbolo é o ofá, a lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun-odé tem estas características, é um Orixá guerreiro.
Mas se, em várias tradições, ele é considerado um Orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.
Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé.
Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na Umbanda.

Características

Logun-Edé é o Orixá originado do encanto, ou encantamento de Oxóssi e Oxum.
Divindade dos rios, senhor da pesca. Logun-Edé vive seis meses com o pai, Oxóssi na caça e seis meses com a mãe Oxum, na água doce. Ambos ensinariam a Logun-Edé a natureza dos seus domínios.
Logun-Edé não é um Orixá “metá-metá”, ou seja, um Orixá de dois sexos, embora divida o tempo com os pais, Logun-Edé é um Orixá masculino.
Ele é a beleza em pessoa, o encanto dos jovens, o namoro, o flerte. Rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente. O seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, no primeiro carinho. Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores e numa paisagem singela. É também o deus da arte, o príncipe do que é belo, das águas doces, da caça, da alegria.
Logun-Edé está encantado nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho-da-índia e os pequenos pássaros, no mato baixo, nas matas pouco densas e principalmente nos rios, sua morada predileta.
Está ligado às artes de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar; como o seu pai Oxóssi e ligado ao banho, pois também é filho de Oxum, deusas das águas doces.

Dia: Quinta-feira
Metal: Ouro
Cor: Azul celeste e amarelo

Símbolos: abebê e ofá
Comida: Axoxo (feita com milho amarelo e coco) e Omolocun (feita com feijão fradinho e ovos);
Arquétipo

Altruístas, abnegado, sinceros, simpáticos, tensos, austeros, possuem senso de coletividade, calmos, desprendidos, inconstantes, vaidoso e sonhadores.

Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

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