quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Tempo


Eu queria entender porque levamos tanto "tempo" para aprender certas coisas, porque não podemos aprender de imediato. Porque o "tempo" a medida que vai nos ensinando, vai nos envelhecendo. Porque precisamos de "tempo" para tudo nesta vida? Será ele o senhor dono de todas as coisas?
 
Recuperar, administrar, registrar, usar, doar, minimizar, aumentar ... o "tempo". Ele cabe em todos os verbos, frases e versos. Ele ensina, castiga, acarinha e envelhece. Ele encaixa nossa vida como peças de um quebra-cabeça sem amostras do desenho. Ele não tem superiores, nem empregados, ele age sozinho e é soberano. Ele pode ser o que quiser, usar de todas as artimanhas para que em 1 segundo milhões de coisas aconteçam, ele é infinito.
Nunca sabemos quanto "tempo" realmente temos, ele pode aumentar ou diminuir em consequencia de algo, ou alguém.
 
Hoje posso considerar o senhor "tempo", como um amigo generoso, seus ensinamentos até agora, foram suportáveis. Não consigo ter certeza de nada quando se trata dele, ele pode não querer mais ser um amigo generoso, mas o que importa isso, ele não tem nenhum sentimento.
 
O "tempo" é a única coisa entre todas as coisas, que não pará. Ele segue, diante de qualquer circunstância, é compositor de destinos, pode se disponibilizar , mas não estaciona, tudo continua, ainda que não seja como antes.
 
Tempo, é um misterioso senhor um dos Deuses mais lindos.
Tempo é precioso, enriqueça com o seu antes que o seu "tempo" acabe.
Quanto as perguntas acima, continuarão sem respostas até que haja mais um "tempo" para nós.
 
 
 
Até mais,
Valéria
 
 

domingo, 7 de outubro de 2012





Na infinidade da Vida onde estamos, tudo é perfeito, pleno e completo. Estamos sempre divinamente protegidos e guiados. 
É seguro para si olhar para o interior. É seguro para si olhar para o passado. É seguro para si alargar a visão da vida. Somos muito mais do que a nossa personalidade - passada, presente e futura. 
Agora, escolhamos nos elevar acima dos nossos problemas de personalidade para reconhecer a magnificiência do nosso ser. Escolhamos livres de dúvidas a aprender a nos amar.
Tudo está bem em nosso mundo!


Vamos tomar conta da nossa raiva, pra que ela não tome conta de nós.
As palavras também ferem, criam mágoas e mal-estar. Atacar os problemas sem atacar as pessoas é a melhor solução. Saber dizer o que não gostamos sem ofender nem humilhar, é o caminho certeiro para a cura de muitos males.




Até Mais!
Valéria

sexta-feira, 5 de outubro de 2012





Na infinidade da Vida onde estou, tudo é perfeito, pleno e completo, no entanto, a Vida está sempre mudando. 
Não existe começo nem fim, somente um constante ciclar e reciclar de circunstâncias e experiências. A Vida nunca está emperrada, estática ou rançosa, pois cada momento é sempre novo e fresco.
Eu sou uno com o poder que me criou, e esse poder me deu o poder de criar minhas próprias circunstâncias. 
Regozijo-me no conhecimento de que tenho o poder de minha própria mente para usar de qualquer forma que eu escolher. 
Cada momento da vida é um novo ponto de começo à medida que nos afastamos do velho. Este momento é um novo ponto de começo para mim bem aqui e agora mesmo. 
Tudo está bem no meu mundo!



Renascer todos os dias, com pensamentos positivos e perspectiva de que tudo vai correr bem, e que no final estaremos intactos, é muito improvável.
Mas, se conseguirmos renascer a cada amanhecer já é um grande começo, os pensamentos, as perspectivas e todo o resto, se tornam muito possíveis de  acontecer ...




Até mais!
Bjs.
Valéria

quarta-feira, 13 de junho de 2012



Amor ...
Ah! O Amor ...
Temos que ser felizes com tudo o que temos ... Deveria ser um lema.
Será possível?
Me parece que sempre falta algo.
Um gesto, uma palavra, uma atitude ...
Porque é sempre tão mais fácil falar do que agir?
A sensação que tenho é que nada é tão perfeito, nada é duradouro, não existe o eterno ...
Será que é apenas uma "sensação", ou  a mais pura verdade?
E quando pensamos no " certo e errado"? O quanto é confuso isso ...
Derrepente você pode se ver em uma situação, que aos olhos da sociedade é completamente errada, e  enquanto sua razão te pede para não prosseguir, o coração te ordena a continuar.
Então o que fazer?  Medir quem é mais forte, o coração ou a razão?
Talvez seja a solução, mas quem será capaz de chegar a uma conclusão?
Como o amor nos confunde!
Milhares de sensações ao mesmo tempo.
Realmente não temos respostas concretas para o amor, o importante mesmo é estar vivo para amar.
Amar sem medo, amar sem pudor, amar sem vergonha, amar sem limites ... Amar do seu jeito!


Bjs,
Até mais!
Valéria

segunda-feira, 11 de junho de 2012


AMOR

Esta semana, será a semana do AMOR, do romantismo, dos arrepios, do frio na barriga, do tesão ... Amanhã é dia dos namorados, também dos enamorados, dos casais casados, dos amantes ...
Então, vamos celebrar, com gentilezas e doçura, com amor e alegria, com sensualidade e carinho.
Busque gentilezas que se deixaram dissolver com o tempo, com a rotina.
Encontre palavras que não são mais ditas, músicas que não são mais escutadas, momentos perdidos.
O Amor é incrivelmente imprevisível ... Não se mede, não se pede e não se repete.
O Ser-humano é capaz de amar de várias maneiras, várias pessoas. É impossível julgá-lo, porque ele pode se transformar, se modificar e até mesmo acabar. 

Amor eterno, existe! Amor relâmpago, existe! Amor feliz, existe! Amor complicado, existe! Amor sofrido, existe! Amor de pele, existe!
O Amor existe de tantas formas, que ninguém é capaz de imaginar, somente de sentir.

*Receitinha Cigana para o amor*

  •  2 Maçãs grandes e bem vermelhas (Red Delicious)
  •  Mel
  • Canela
  • Vinho rose doce
Lave-as e as corte em cruz com casca, tire as partes das sementes, coloque- as arrumadas em um prato e regue com o mel e com o vinho (a gosto), em seguida salpique a canela.
Pronto para degustar com seu amor, em cada mordida, mentalizem boas energias para o relacionamento. (Harmonia, Cumplicidade, Amor, fidelidade, ternura, sensualidade...) 


Atenção!!! Nada de mentalizar o lado financeiro hein, estamos falando de sentimentos.

E se você está sozinha (o), também pode fazer .
Faça com apenas 1 maçã e mentalize a pessoa que procura para um relacionamento.

Não é uma simpatia!!!
Mentalize com fé e amor.

Até mais!
Valéria




quarta-feira, 6 de junho de 2012






Orixá Oxalá


Oxalufan, Oxalufã ou Oxalufon, Orixá africano cultuado em todo o Brasil por todas as Religiões Afro-brasileira.
Considerado um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação. Ele apoia seus passos cambaleantes sobre um paxorô (ou opaxorô, ou ainda em Yorubá, Opá Oşòró), grande bastão de metal branco. Considerado como o Orixá da Paz e da paciência, tudo que se refere à Oxalá é ligado a calma e a tranquilidade. Sua cor é o branco e seus filhos não podem usar roupa preta, vermelha e tons escuros. Sua dança é lenta como o passo do Igbin.
O Igbin, que é chamado o boi de Oxalá, é sua oferenda favorita juntamente com o Ebô. E Igbin também é o nome do toque dedicado à Oxalá. As Águas de Oxalá é a sua principal festa realizada sempre no mês de janeiro nas principais casas tradicionais.
Se Exu é o começo de tudo, Oxalá é o fim. Equilíbrio positivo do Universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos da Terra e do Cosmo. Pai dos Orixás, é considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do entendimento, do fim da confusão.
Embora não gostemos dela, nem que a queiramos com certeza, a morte é uma consequência da própria vida. Exu inicia, Oxalá termina. É assim nas rodas de Candomblé, no xirês, quando louvamos todos Orixás. Começamos por Exu, terminamos com Oxalá.
A religião, então, encara o fator morte com a mesma naturalidade com que encara os demais assuntos, pois ela faz parte da Natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim. Também o Culto vai encarar esta evidência com lógica e vai determinar uma regência, ou melhor, inúmeras regências, para essa força chamada Oxalá.
Mas Oxalá também tem outras atribuições na Natureza. É ele que vai proporcionar a paz entre os homens, é ele que vai trazer o entendimento, a compreensão, o sossego, a fraternidade, não somente entre os homens, mas também em sua relação com outras forças da natureza. Oxalá  é o apaziguador de situações de conflitos, em uma determinada cabeça. É ele que servirá de mediador para que haja uma solução, uma definição.
Oxalá, portanto, está presente nos momentos em que a calma é estabelecida. Rege a tranqüilidade, o silêncio, a paz do ambiente.
Oxalá é o equilíbrio das coisas, mantendo-as suavemente estabilizado e em posição de espera ou definição, de acordo com o caso, de acordo com a situação.
É, portanto, a organização final, da maneira mais pacífica possível.

Oxalufan
Dia: Sexta-feira
Saudação: Exêu epa bàbá!!!
Metal: Prata, ouro branco, chumbo e níquel
Cor: Branco leitoso
Comida: Ebô (Canjica branca), acaçá, o igbi (caracol)
Símbolos:  Opaxorô (cajado)

Arquétipo

Calmos, mas capazes de liderar, bondosos e tolerantes.



Orixá Oxala´guian


Oxaguian ou Oxaguiã, divindade Yorubá, cultuado no Candomblé Afro-brasileiro.
Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorum são os Orixás, que receberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação de seu Pai. O primeiro e mais velhos dos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação do Homem.
Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.
Na mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriam regidas ou favorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.

Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são as lutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos.
É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa para alcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.
Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de tal forma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seu nome: Oxaguian significa literalmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.
Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixá tem personalidade violenta e severa.
É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguian (ojó odo) o dia do pilão.

Oxaguian

Dia: Sexta-feira;
Saudação: Exêu epa bàbá!!!
Metal: Todos os metais brancos
Cor: Branco leitoso
Comida:  Inhame pilado, Ebô (canjica branca), Igbi (caracol)
Símbolo: Mão de Pilão e Atori (Vara)

Arquétipo

A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos de Oxaguian: Uns são amigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , são faladores. Outros são voltados para a família, calmos e guardam segredos para si, mas todos são teimosos ou como eles próprios dizem determinados.
Na verdade são duas faces de Oxaguian, numa delas estão os filhos que carregam a espada e os outros, os mais calmos carregam a mão de pilão.
Os filhos de Oxaguian são valentes, guerreiros, combativos, geniosos, intuitivos, são instáveis, têm caráter romântico e são sensuais. Os filhos de Oxaguian não desprezam o sexo e cultivam o amor livre. Além destas características, são alegres, gostam profundamente da vida, são faladores e brincalhões. Ao mesmo tempo são idealistas, defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.
Oxaguian é um jovem guerreiro combativo, seus filhos são habitualmente altos, esguios, eventualmente robustos, mas não são agressivos ou brutais.
Os filhos de Oxaguian são ciumentos e detestam concorrência. São criativos, generosos, inteligentes, sábios e justos. Em seu aspecto negativo porém, são também lentos, mandões, teimosos e podem ser violentos.

Fim!


Aqui finalizo o resumo dos 16 Orixás mais cultuados pelo Camdomblé no Brasil. Existem diversas informações importantes de cada um deles, as quais não foram postadas, como  exemplos:  as qualidades, as cantigas, as ferramentas, as vestimentas, as danças, o modo que cada nação cultua-os, as lendas, os demais Orixás existentes, entre outras... A religião em si é um livro sem fim, onde aprendemos a cada dia algo novo e importante, na maioria das vezes em simples e corriqueiras situações. 
Eu como filha de Oxala´guian, posso dizer que ainda há muitas coisas que não sei, outras que não consegui aprender. Vivo na constante busca do aprendizado e das respostas, com humildade e bondade. Procuro sempre, antes de tudo, me lembrar que sou um Ser-humano, que tem defeitos e qualidades, e que "AMO e RESPEITO" acima de tudo o "ORIXÁ" e tudo o que nasce dele.
Motumbá!

Até o próximo assunto.
Valéria

quinta-feira, 22 de março de 2012

Obá, Xirê!


Obá, Orixá africana do Rio Obá ou Rio Níger, patrocinadora de conflitos, primeira esposa de Xangô. Guerreira, veste vermelho e branco, usa espada e escudo.
Obá, representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as enchentes. Trabalha junto com Nanã. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. É também a dona da roda. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Oyá, Oxumarê, Exú e Orumilá.

Orixá guerreira, considerada até como uma Yansã velha. Na natureza, Obá está ligada às  cheias dos rios, às inundações. É ela quem vai reger todos esses fenômenos, sejam naturais ou provocados por erros humanos. Seu encantamento é feito desta forma, quando um rio transborda, inundando tudo. Obá está presente também nos coriscos, poder que lhe foi dado pelo marido Xangô, pois ela também tem ligação com a energia elétrica, a eletricidade. É poderosa, sábia, madura e realista.

Na vida dos seres humanos, Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, o ciúmes, a incapacidade do homem de ter aquilo que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de abandono.
Obá é também a frustração do homem e da mulher. Embora a lenda diga ser Obá uma guerreira, vencedora, ela consegue seu encantamento nas desilusões e frustrações, na derrota.


Pela lenda, Obá foi enganada por Oxum, que a levou a cortar sua própria orelha para oferecer a Xangô, ele, num gesto de repugnância, expulsou-a de seu reino. E toda essa dor, essa desesperança, esse abandono, ficou com marca registrada de Obá, e tais sentimentos tem a sua regência. Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos essa força da natureza chamada Obá, que mexe no nosso interior.
E a lógica diz que Obá é a “ultima gota”, que faz transbordar nossos sentimentos. Daí sua regência nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica. Se um rio enche e transborda, é porque não suporta mais o volume de água, deixando escapar “aquilo que já não cabe mais”. Isso é Obá, essa é a sua regência, seus encantamento, sua influência.

Obá é o desabafo: “ já não suporto mais...” , é a agitação do sentimento indevidamente mexido, afetado por algo ruim.

Dia: Quarta-feira
Saudação: Obá, Xirê!
Metal: Cobre
Cor: Marrom-rajado
Comida: Abará (massa de feijão fradinho cozido enrolado em folhas de bananeira), acarajé e amalá (quiabo picado);
Símbolos: Ofangi (espada) e um escudo de cobre.
Arquétipos

As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco incompreendidas.  São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo que lhe pertencem. Os seus insucessos devem-se a um ciúme um tanto mórbido, entretanto, encontra compensações para as frustrações e sofrimentos em sucessos materiais.
Pessoas valorosas, suas tendências um pouco viris, fazem-na frequentemente voltarem-se para o feminismo ativo, as suas atividades militantes e agressivas são consequências infelizes ou amargas por elas vividas.
Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e as amizades.

Fim!



Boa Noite!
Inté.
Valéria

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ri Ro Ewá! 


Ewá é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza, é considerada como a Rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas que se sucedem no Planeta. É o Orixá que transforma a água de seu estado líquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas.
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terra. Ewá é também o início da chuva, regida por sua mãe Nanã. Este seu principal encantamento: O ciclo interminável de transformação da água em seus diversos estado, incluindo o sólido. Ela, como todos os outros Orixás, está entre nós no cotidiano, convivendo e influenciando nosso comportamento, mexendo com nosso destino, gerando situações que vamos viver diariamente.
É a mágica da transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa, é a lagarta que se transforma em borboleta, é a água que vira gelo e o gelo que vira água, faz e desfaz, num verdadeiro ballet da Natureza.
Senhora do belo, Ewá é aquela que vai dar cor ao seres, torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade, a fragilidade das coisas, a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É o sentimento de prazer pelo que é belo, é o respeito pela maravilha que o mundo apresenta.
A força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo com Vungi (Ibeji) a regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm vida.
É também a divindade do canto, da música, dos sons da natureza, que enchem nossos ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros, no correr dos rios, no barulho das folhas sopradas ao vento, na queda da chuva, no assovio dos ventos, na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no canto mais que sagrado da mãe Natureza.
Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida!
As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua protecção: A mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar.
Ewá é filha de Nanã, irmã de Obaluaê, Ossain e gêmea de Oxumarê. Apesar de gêmea, foi a segunda a nascer sendo assim, a caçula dos filhos de Nanã.

Dia: Sábado
Saudação: Ri Ro Ewá!
Metal: Ouro, prata e cobre;
Cor: Vermelho Vivo, Coral e Rosa. (Conta rajada em verde, amarelo e coral)
Comida: Banana inteira da terra feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite.
Símbolo: Ejô (cobra), espada e Ofá (lança ou arpão).

Arquétipo

 
É raro encontrar uma filha de Yewá. Elas são valentes e guerreiras, muito belas e conquistadoras. Sabem o que querem e vão até o fim. São prestativas e se preservam quanto a moral e educação, ou expor seus sentimentos.

Tendência a duplicidade devido a natureza andrógena da deusa, propícia a riqueza, magnetismo, gosta de jogar,  imediatistas, necessitam de outros Odus para que ajudam com seu brilho nos processos difíceis.
Pessoas de beleza exótica, diferenciam-se das demais justamente por isso. Em algumas ocasiões podem ser bastante simpáticas, em outras são extremamente arrogantes, às vezes aparentam ser bem mais velhas ou parecem meninas, ingenuas e puras. Apegadas à riqueza, gostam de ostentar, de roupas bonitas e vistosas, e acompanham sempre a moda, adoram elogios e galanteios.
São pessoas altamente influenciáveis, que agem conforme o ambiente e as pessoas que as cercam, assim, podem ser contidas damas da alta sociedade quando o ambiente requisitar ou mulheres populares, falantes e alegres em lugares menos sofisticados. São vivas e atentas, mas sua atenção está canalizada para determinadas pessoas ou ocasiões, o que as leva a desligar-se do resto das coisas. Isso aponta uma certa distração e dificuldades de concentração, especialmente em atividades escolares.

 
Fim!


Boa Noite!
Inté.
Valéria


sábado, 17 de março de 2012

 
  Salubá, Nanã!


Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã. Senhora da morte, geradora de Iku (morte). Deusa dos pântanos e da Lama. Mãe da varíola, regente das chuvas, das águas paradas, mangues e da terra molhada.
É  considerada a mãe dos orixás: Obaluayê, Iroko, Ossayin, Oxumarê e Yewá. Nanã é de origem Jeje, da religião da Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida com República de Benin.
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas Religiões Afro-brasileiras.
Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe Terra Primordial" dos grãos e dos mortos. A existência do culto de Nanã Buruku é atribuída a tempos remotos, anteriores à descoberta do ferro, por isso, em seus rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.

A mais temida de todas os Orixás. A mais respeitada. A mais velha, poderosa e séria. Nanã é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku (morte) para longe, é quem permite que a vida seja mantida.
É a força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo poder que ostenta. É ela a mãe da varíola e se faz presente quando existe epidemia da doença.
Nanã também está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contanto com água e com a terra, formando a lama, dando origem à sua própria vida. Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho.
Nanã é lama, é a terra em contato com a água. Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.
Ela é a chuva, a tempestade, a garoa. O banho de chuva, é uma espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. Por isso, não devemos blasfemar contra a chuva, que muita vezes estraga passeios, programas, compromissos, festas e acontecimentos. A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra. Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. Não queira ver ou sentir a ira de Nanã, pois posso lhe assegurar que não existe nada mais feio!
Considerada a Yabá (Orixá feminina) mais velha, foi anexada pelos Yorubanos nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida. É agradar a morte, para viver em paz. Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém.
Nanã é o Orixá da vida, que representa a morte. E a isso devemos o máximo respeito e carinho.
  
Dia: Sábado
Metal: Latão
Saudação: Salubà!
Cor: Branco rajado de azul ou lilás
Comida: Aberem (milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá, Ebô (Canjica branca cozida com coco ralado sem casca)
Símbolo:  Ibiri e os bradjas (contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente)



Arquétipo

São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Tolerantes, mas implicáveis, maduros, lentos, firmes, bondosos, simpáticos, extremamente limpos e com temperamento artísticos.Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos, quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista às últimas consequências, tornando teimosia. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. Os filhos deste grande Orixá são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.


Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

sexta-feira, 16 de março de 2012

 
Odoyá Yemanja!


A majestade dos mares. Senhora dos oceanos, sereia sagrada, Yemanjá é a Rainha das águas salgadas, "considerada como mãe de todos Orixás", regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também como a Deusa das Pérolas, Yemanjá é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento do nascimento.
Yemanjá está presente nos mares e oceanos. É ela quem proporciona boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Yemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, É ela quem controla as marés, é  quem protege a vida no mar.
Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, pois é ela quem vai reger nossos lares. É Yemanjá que vai dar o sentido de “família” a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, transformando-os num grupo coeso.
Yemanjá é o sentindo de educação que damos aos nossos filhos, os mesmos que recebemos de nossos pais, que aprenderam com nossos avós. Ela, rege até o castigo, as sanções que aplicamos aos filhos. É o sentido básico, é a base da formação de uma família, aquela que vai gerar o amor do pai pelo filho, da mãe pelo filho, dos filhos pelos pais, transformando tais sentimentos num só, poderoso, imbatível, que se perpetuará.
Yemanjá é a família! Rege as reuniões de família, os aniversários, as festas de casamento, as comemorações que se fazem dentro da família. É o sentido da união, seja ligado, por laços consanguíneos, ou não.
Dentro do culto, numa casa de santo, Yemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar, criando raízes e dependências, proporcionando o sentimento de irmão pra irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam, proporcionando também o sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos dos relacionamentos dos Babalorixás, ou  Yalorixás com os Omo Orixás (filhos de Santo).
Yemanjá também está presente nas decisões, nos momentos de angústia e preocupação pelo ente querido, pois seus sentimentos geram os nossos, a necessidade de saber se aqueles que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente, ou amigo muito querido. E estendemos isso, também, às comunidades da Religião.
Yemanjá é a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. É a manutenção da harmonia do lar.
Está presente também no nascimento, pois é ela quem vai aparar a cabeça do bebê, exatamente no momento do seu nascimento. Se Exu fecunda e Oxum cuida da gestação, é Yemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e entregá-la ao seu regente, que inclusive pode ser até ela mesma. Isto tem uma importância muito grande, no sentido e na visão da Cultura Africana, sobre a fecundação e concepção da vida humana. Yemanjá é a senhora dos lares, pois, desde o nascimento, ou a partir do nascimento, ela cuidará da família.
Daí o título de Iyá – Ori (mãe da cabeça) e plasmadora de todas as cabeças, aquela que gera o Ori, que dá o sentido da vida e nos permite pensar, raciocinar, viver normalmente como seres pensantes e inteligentes.
Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu e acolheu como seus filhos do coração Oxumaré e Omulú.

Dia: Sábado
Saudação: Odoyá Yemanjá!
Metal: Prata, Azul claro, Verde água e branco
Cor: Cristal Branco, Cristal verde água
Comida: Ebô de milho branco, manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, mamão.
Símbolo: Abebé, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulseiras.
Arquétipo

Voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Têm sentido de hierarquia, fazem-se respeitar, são justos e formais. Põem à prova as amizades que lhe são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se perdoam, não esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Tem tendência a vida suntuosa, mesmo se as possibilidades não lhes permitem tal falso.

Fim!


Bom dia!
Inté.
Valéria


terça-feira, 13 de março de 2012

 
Ora, Yê Yê Oxum!
 
Oxum é um Orixá feminino da nação Ijexá, adotada e cultuada em todas as Religiões Afro-brasileiras. Mãe das águas doce, rainha das cachoeiras, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro.
Oxum o olho d’água, onde encanta seu filho Logun-Éde. É o rio, que também tem a regência de seu filho. É a queda d'água da cascata.
Orixá da prosperidade, da riqueza, do amor, e da beleza. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Regente do ouro, ela está presente e se encanta em joalherias e outros lugares onde se trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. Oxum é o próprio ouro, e está presente em todas as peças e jóias feitas com este metal.
Oxum é o “veneno” das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma “metida”, esnobe apresentada, principalmente pelo sexo feminino. Oxum é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geralmente está presente quando um grupo de mulheres se reúne. É o seu habitat, pois está encantada nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas.
Oxum rege o charme, o it, a pose. Tudo que está ligado à sensualidade, à sutileza, ao dengo, tem a regência de Oxum. Esta força é que desenvolve tais sentimentos e comportamentos nos indivíduos, sendo o sexo feminino o mais influenciado.
Oxum também é o flerte, o namoro, a paquera, o carinho. É o amor, puro, real, maduro, solidificado, sensível. Oxum não chega a ser a paixão. Esta é Yansã . Oxum é o amor, aquele verdadeiro. Ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos.
Realmente, Oxum é a Deusa do Amor. Sua força está presente no dia-a-dia. Embora o mundo de hoje esteja tumultuado demais, ainda existe espaço no coração dos homens para o amor. Ele ainda existe, e Oxum é quem gera este sentimentos mágico. Oxum está muito intimamente ligada à magia. É sabido pelo povo do candomblé que o filhos de Oxum são muito chegados ao feitiço. E isso tem explicação: Oxum é a divindade africana mais ligada às Yámi Oxorongá, feiticeiras, bruxas. Com elas aprendeu a arte da magia. Por isso, os filhos de Oxum são tão poderosos nesta arte.
Mas a magia está presente em quase tudo que fazemos, principalmente no que se refere ao coração, ao sentimento. Oxum é o encanto desses momentos, sua presença se dá nessas horas.

Oxum é os sentimentos doces, equilibrados, maduros, sinceros, honestos. É o sentimento definitivo, aquele que dura a toda a vida. Oxum é a paz no coração, é o saber que “amo e sou amado”. Mas encantam também na manha, no denguinho feminino, na vontade de ter algo, apenas por ter. Ela é o mimo, a menininha mal acostumada. É a sensualidade do “biquinho” feminino, quando quer uma coisa. É o charme!
Entretanto, a regência mais fascinante de Oxum é a fecundação, melhor, o processo de fecundação. Na multiplicação da célula mater – que vai gerar a criança, a nova vida no ventre .Exu entrega a regência para Oxum, que vai cuidar do embrião, do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na barriga da mãe. É Oxum que vai reger o crescimento desta nova vida que estará, neste período de gestação, numa bolsa de água como ela, Oxum, rainha das águas. É sem dúvida alguma, uma das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. E Oxum “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entregará para Yá Ori (Yemanjá), que dará destino àquela criança.

Oxum é uma força da Natureza muito presente em nossas vidas, já que todos nós fomos gerados no útero materno, todos nós convivemos, ainda na barriga da mãe, com Oxum e, num breve sentimento de carinho e amor, estaremos desenvolvendo esta força dentro de nós. Oxum é o amor e a capacidade de sentir amor. E se amamos algo ou alguém é porque ela está viva dentro de nós.
Candomblé Ketu, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.


Dia: Sábado
Saudação: Ora Yê Yê , Oxum!
Metal: Ouro, o bronze, latão e o cobre;
Cor: Amarelo Cristal
Comida: Omoolocum (Feijão fradinho, ovos cozidos, dendê ou azeite doce) e banana fritas
Símbolo: Abebê

Arquétipos

Seus filhos e filhas são doces, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são muito chorões. Também são extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social, além de sempre estarem namorando. São calmos, carinhosos, desprendidos, vaidosos, volúveis, altruístas, sonhadores, muito elegantes apaixonados por jóias, perfumes e vestimentas caras. Símbolo do charme e beleza, sensuais, porém reservados, evitam chocar a opinião pública à qual dão grande importância, sob sua aparência calma e sedutora, escondem uma vontade muito forte, um grande desejo de ascensão social.

Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

 


segunda-feira, 12 de março de 2012

 
Yansã
Epahei, Oyá!

Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de Rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Yemanjá, mas também é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade que é uma das representações do Orixá do Fogo. Assim como a Orixá Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de Erukerê especial chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns.
Oyá é a terceira Deusa de temperamento mais agressivo, sendo que a primeira é Opará e  a segunda é Obá.
O nome Yansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Yansã : A mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer.
Segundo as lendas yorubanas, Yansã foi mulher de Ogum, ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos raios, tempestades, do fogo e do Sol.

Deusa da espada de fogo, dona das paixões, Yansã é a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos Eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Yansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Yansã é o vento forte, a brisa que alivia o calor é também o prórpio calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Yansã é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Yansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Yansã é a energia viva, pulsante, vibrante. Sentimos Yansã nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Yansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Yansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Yansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das consequências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Ela rege o amor forte, violento.
Yansã é também a senhora dos Eguns (Espíritos dos mortos) como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
É a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Obaluaê ou (Omulu), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos Eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como Deus dos mortos, Yansã carrega consigo o Eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos Eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.

É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
Dia: Quarta feira
Metal: Cobre
Cor: Marrom e vermelho
Símbolos: Espada de cobre e o Eruxin (rabo de boi ou de búfalo)
Comida: Acarajé, abará.
Saudação: Epahei, Oyá!

Arquétipo

É de pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias, pessoas que podem ser fieis, de uma lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar pelas manifestações da mais extrema cólera. Pessoas, enfim, cujos temperamentos sensual e voluptuosos podem levá-las a aventuras amorosas extra conjugais, múltiplas e freqüente, sem reservas de decência, mas que não as impedem de continuarem muito ciumentas com seus parceiros por elas mesma enganados.
São pessoas sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São pessoas batalhadoras, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente essas pessoas cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

Fim!

Boa noite!
Inté.
Valéria

domingo, 11 de março de 2012

Ossain - Ewê ewê asá
Sem folha não há orixá, não há o Axé!

Ossaniyn, Ossain, Ossãe, (como se escreve habitualmente), ou (como é chamado na Umbanda) Ossanha que é o Orixá das ervas. No Candomblé Jeje é chamado de Agué é o Vodun da caça e das florestas e conhece os segredos das folhas, no Candomblé Bantu é chamado de Katendê, senhor das insabas (folhas). Seria de ambos os sexos assim como Oxumarê, segundo alguns pesquisadores 6 meses seria homem e 6 meses seria mulher. Ossain, Oxumarê e Obaluayê são filhos de Nanã e Oxalá.

O Deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos. Muitas vezes, é representado com uma única perna. Ossain é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.

Comanda as folhas medicinais e litúrgicas, chamadas de folha sagrada, que são utilizadas numa mistura especial chamada de Abô (banho de ervas). O Abô é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá. Nos rituais do Candomblé o Abô é vital, imprescindível. Tudo é passado no Abô, desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio homem, que vai se banhar e se purificar pelas ervas.

Cada orixá tem a sua folha, mas só Ossain detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto, sem ela nenhuma cerimônia é possível.
Mesmo nos sacrifícios de animais, canta-se para Ossain, mesmo que o sacrifício não seja para ele, pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado. É Ossain que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.
Realmente, Ossain é o encanto, a magia. E é por isso que quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossain pode escondê-la de nós, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida. Na salvação de uma vida, através da medicina; nos consultórios. Afinal, Ossain é o alquimista, o químico, o farmacêuticos, o Senhor das poções mágicas e curativas. É o feiticeiro, o bruxo, o médico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. E está presente, também, no cotidiano, pois estamos sempre muito próximos do mundo vegetal. É por isso que não devemos arrancar folhas sem motivos justos, derrubar árvores ou fazer queimada, pois estaremos violando a natureza, ofendendo seriamente esta poderosa força natural que denominamos Ossain.
Sentimos ainda mais sua presença quando estamos num horto, em meio às ervas. Ossain é a mágica das folhas, a sombra que nos proporciona paz, tranqüilidade e harmonia.

Ferramenta: Sua ferramenta tem uma haste central com um pássaro na ponta, do meio dessa haste saem sete pontas, chamada de Opassanìyn.
Animais: Bode e galo, entre outros.
Saudação: Ewê ewê asá ou Asá ô ou Ewê ô ou Eruejé, entre outras.
Dia: Quinta feira
Metal: Estanho
Cor: Verde e branco
Comida: Fumo, mel, cachaça (otin), milho vermelho, espigas regadas com mel.

Arquétipo

Pessoas equilibradas e capazes de controlar seus sentimentos e emoções, não deixam suas simpatias e antipatias interferirem nas suas decisões ou influenciarem suas opiniões das pessoas ou acontecimentos, aquele que não tem uma concepção estreita da moral e da justiça.
É difícil encontrar um filho/filha de Ossaim. Seus filhos(as) são pessoas engraçadas, risonhas, alegres e obstinadas. Quando querem, vão e fazem. Podem se tornar violentos e perigosos se estão insatisfeitos ou raivosos. Sabem conquistar as pessoas e adoram aventuras amorosas. São pacientes quando amam e fazem de tudo para a relação durar. Trabalham demais para conseguir estabilidade e independência.

Fim!

Boa noite!
Inté.
Valéria