quinta-feira, 22 de março de 2012

Obá, Xirê!


Obá, Orixá africana do Rio Obá ou Rio Níger, patrocinadora de conflitos, primeira esposa de Xangô. Guerreira, veste vermelho e branco, usa espada e escudo.
Obá, representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as enchentes. Trabalha junto com Nanã. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. É também a dona da roda. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Oyá, Oxumarê, Exú e Orumilá.

Orixá guerreira, considerada até como uma Yansã velha. Na natureza, Obá está ligada às  cheias dos rios, às inundações. É ela quem vai reger todos esses fenômenos, sejam naturais ou provocados por erros humanos. Seu encantamento é feito desta forma, quando um rio transborda, inundando tudo. Obá está presente também nos coriscos, poder que lhe foi dado pelo marido Xangô, pois ela também tem ligação com a energia elétrica, a eletricidade. É poderosa, sábia, madura e realista.

Na vida dos seres humanos, Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, o ciúmes, a incapacidade do homem de ter aquilo que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de abandono.
Obá é também a frustração do homem e da mulher. Embora a lenda diga ser Obá uma guerreira, vencedora, ela consegue seu encantamento nas desilusões e frustrações, na derrota.


Pela lenda, Obá foi enganada por Oxum, que a levou a cortar sua própria orelha para oferecer a Xangô, ele, num gesto de repugnância, expulsou-a de seu reino. E toda essa dor, essa desesperança, esse abandono, ficou com marca registrada de Obá, e tais sentimentos tem a sua regência. Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos essa força da natureza chamada Obá, que mexe no nosso interior.
E a lógica diz que Obá é a “ultima gota”, que faz transbordar nossos sentimentos. Daí sua regência nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica. Se um rio enche e transborda, é porque não suporta mais o volume de água, deixando escapar “aquilo que já não cabe mais”. Isso é Obá, essa é a sua regência, seus encantamento, sua influência.

Obá é o desabafo: “ já não suporto mais...” , é a agitação do sentimento indevidamente mexido, afetado por algo ruim.

Dia: Quarta-feira
Saudação: Obá, Xirê!
Metal: Cobre
Cor: Marrom-rajado
Comida: Abará (massa de feijão fradinho cozido enrolado em folhas de bananeira), acarajé e amalá (quiabo picado);
Símbolos: Ofangi (espada) e um escudo de cobre.
Arquétipos

As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco incompreendidas.  São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo que lhe pertencem. Os seus insucessos devem-se a um ciúme um tanto mórbido, entretanto, encontra compensações para as frustrações e sofrimentos em sucessos materiais.
Pessoas valorosas, suas tendências um pouco viris, fazem-na frequentemente voltarem-se para o feminismo ativo, as suas atividades militantes e agressivas são consequências infelizes ou amargas por elas vividas.
Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e as amizades.

Fim!



Boa Noite!
Inté.
Valéria

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ri Ro Ewá! 


Ewá é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza, é considerada como a Rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas que se sucedem no Planeta. É o Orixá que transforma a água de seu estado líquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas.
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terra. Ewá é também o início da chuva, regida por sua mãe Nanã. Este seu principal encantamento: O ciclo interminável de transformação da água em seus diversos estado, incluindo o sólido. Ela, como todos os outros Orixás, está entre nós no cotidiano, convivendo e influenciando nosso comportamento, mexendo com nosso destino, gerando situações que vamos viver diariamente.
É a mágica da transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa, é a lagarta que se transforma em borboleta, é a água que vira gelo e o gelo que vira água, faz e desfaz, num verdadeiro ballet da Natureza.
Senhora do belo, Ewá é aquela que vai dar cor ao seres, torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade, a fragilidade das coisas, a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É o sentimento de prazer pelo que é belo, é o respeito pela maravilha que o mundo apresenta.
A força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo com Vungi (Ibeji) a regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm vida.
É também a divindade do canto, da música, dos sons da natureza, que enchem nossos ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros, no correr dos rios, no barulho das folhas sopradas ao vento, na queda da chuva, no assovio dos ventos, na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no canto mais que sagrado da mãe Natureza.
Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida!
As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua protecção: A mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar.
Ewá é filha de Nanã, irmã de Obaluaê, Ossain e gêmea de Oxumarê. Apesar de gêmea, foi a segunda a nascer sendo assim, a caçula dos filhos de Nanã.

Dia: Sábado
Saudação: Ri Ro Ewá!
Metal: Ouro, prata e cobre;
Cor: Vermelho Vivo, Coral e Rosa. (Conta rajada em verde, amarelo e coral)
Comida: Banana inteira da terra feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite.
Símbolo: Ejô (cobra), espada e Ofá (lança ou arpão).

Arquétipo

 
É raro encontrar uma filha de Yewá. Elas são valentes e guerreiras, muito belas e conquistadoras. Sabem o que querem e vão até o fim. São prestativas e se preservam quanto a moral e educação, ou expor seus sentimentos.

Tendência a duplicidade devido a natureza andrógena da deusa, propícia a riqueza, magnetismo, gosta de jogar,  imediatistas, necessitam de outros Odus para que ajudam com seu brilho nos processos difíceis.
Pessoas de beleza exótica, diferenciam-se das demais justamente por isso. Em algumas ocasiões podem ser bastante simpáticas, em outras são extremamente arrogantes, às vezes aparentam ser bem mais velhas ou parecem meninas, ingenuas e puras. Apegadas à riqueza, gostam de ostentar, de roupas bonitas e vistosas, e acompanham sempre a moda, adoram elogios e galanteios.
São pessoas altamente influenciáveis, que agem conforme o ambiente e as pessoas que as cercam, assim, podem ser contidas damas da alta sociedade quando o ambiente requisitar ou mulheres populares, falantes e alegres em lugares menos sofisticados. São vivas e atentas, mas sua atenção está canalizada para determinadas pessoas ou ocasiões, o que as leva a desligar-se do resto das coisas. Isso aponta uma certa distração e dificuldades de concentração, especialmente em atividades escolares.

 
Fim!


Boa Noite!
Inté.
Valéria


sábado, 17 de março de 2012

 
  Salubá, Nanã!


Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã. Senhora da morte, geradora de Iku (morte). Deusa dos pântanos e da Lama. Mãe da varíola, regente das chuvas, das águas paradas, mangues e da terra molhada.
É  considerada a mãe dos orixás: Obaluayê, Iroko, Ossayin, Oxumarê e Yewá. Nanã é de origem Jeje, da religião da Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida com República de Benin.
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas Religiões Afro-brasileiras.
Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe Terra Primordial" dos grãos e dos mortos. A existência do culto de Nanã Buruku é atribuída a tempos remotos, anteriores à descoberta do ferro, por isso, em seus rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.

A mais temida de todas os Orixás. A mais respeitada. A mais velha, poderosa e séria. Nanã é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku (morte) para longe, é quem permite que a vida seja mantida.
É a força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo poder que ostenta. É ela a mãe da varíola e se faz presente quando existe epidemia da doença.
Nanã também está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contanto com água e com a terra, formando a lama, dando origem à sua própria vida. Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho.
Nanã é lama, é a terra em contato com a água. Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.
Ela é a chuva, a tempestade, a garoa. O banho de chuva, é uma espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. Por isso, não devemos blasfemar contra a chuva, que muita vezes estraga passeios, programas, compromissos, festas e acontecimentos. A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra. Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. Não queira ver ou sentir a ira de Nanã, pois posso lhe assegurar que não existe nada mais feio!
Considerada a Yabá (Orixá feminina) mais velha, foi anexada pelos Yorubanos nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida. É agradar a morte, para viver em paz. Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém.
Nanã é o Orixá da vida, que representa a morte. E a isso devemos o máximo respeito e carinho.
  
Dia: Sábado
Metal: Latão
Saudação: Salubà!
Cor: Branco rajado de azul ou lilás
Comida: Aberem (milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá, Ebô (Canjica branca cozida com coco ralado sem casca)
Símbolo:  Ibiri e os bradjas (contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente)



Arquétipo

São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Tolerantes, mas implicáveis, maduros, lentos, firmes, bondosos, simpáticos, extremamente limpos e com temperamento artísticos.Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos, quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista às últimas consequências, tornando teimosia. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. Os filhos deste grande Orixá são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.


Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

sexta-feira, 16 de março de 2012

 
Odoyá Yemanja!


A majestade dos mares. Senhora dos oceanos, sereia sagrada, Yemanjá é a Rainha das águas salgadas, "considerada como mãe de todos Orixás", regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também como a Deusa das Pérolas, Yemanjá é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento do nascimento.
Yemanjá está presente nos mares e oceanos. É ela quem proporciona boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Yemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, É ela quem controla as marés, é  quem protege a vida no mar.
Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, pois é ela quem vai reger nossos lares. É Yemanjá que vai dar o sentido de “família” a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, transformando-os num grupo coeso.
Yemanjá é o sentindo de educação que damos aos nossos filhos, os mesmos que recebemos de nossos pais, que aprenderam com nossos avós. Ela, rege até o castigo, as sanções que aplicamos aos filhos. É o sentido básico, é a base da formação de uma família, aquela que vai gerar o amor do pai pelo filho, da mãe pelo filho, dos filhos pelos pais, transformando tais sentimentos num só, poderoso, imbatível, que se perpetuará.
Yemanjá é a família! Rege as reuniões de família, os aniversários, as festas de casamento, as comemorações que se fazem dentro da família. É o sentido da união, seja ligado, por laços consanguíneos, ou não.
Dentro do culto, numa casa de santo, Yemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar, criando raízes e dependências, proporcionando o sentimento de irmão pra irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam, proporcionando também o sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos dos relacionamentos dos Babalorixás, ou  Yalorixás com os Omo Orixás (filhos de Santo).
Yemanjá também está presente nas decisões, nos momentos de angústia e preocupação pelo ente querido, pois seus sentimentos geram os nossos, a necessidade de saber se aqueles que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente, ou amigo muito querido. E estendemos isso, também, às comunidades da Religião.
Yemanjá é a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. É a manutenção da harmonia do lar.
Está presente também no nascimento, pois é ela quem vai aparar a cabeça do bebê, exatamente no momento do seu nascimento. Se Exu fecunda e Oxum cuida da gestação, é Yemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e entregá-la ao seu regente, que inclusive pode ser até ela mesma. Isto tem uma importância muito grande, no sentido e na visão da Cultura Africana, sobre a fecundação e concepção da vida humana. Yemanjá é a senhora dos lares, pois, desde o nascimento, ou a partir do nascimento, ela cuidará da família.
Daí o título de Iyá – Ori (mãe da cabeça) e plasmadora de todas as cabeças, aquela que gera o Ori, que dá o sentido da vida e nos permite pensar, raciocinar, viver normalmente como seres pensantes e inteligentes.
Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu e acolheu como seus filhos do coração Oxumaré e Omulú.

Dia: Sábado
Saudação: Odoyá Yemanjá!
Metal: Prata, Azul claro, Verde água e branco
Cor: Cristal Branco, Cristal verde água
Comida: Ebô de milho branco, manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, mamão.
Símbolo: Abebé, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulseiras.
Arquétipo

Voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Têm sentido de hierarquia, fazem-se respeitar, são justos e formais. Põem à prova as amizades que lhe são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se perdoam, não esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Tem tendência a vida suntuosa, mesmo se as possibilidades não lhes permitem tal falso.

Fim!


Bom dia!
Inté.
Valéria


terça-feira, 13 de março de 2012

 
Ora, Yê Yê Oxum!
 
Oxum é um Orixá feminino da nação Ijexá, adotada e cultuada em todas as Religiões Afro-brasileiras. Mãe das águas doce, rainha das cachoeiras, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro.
Oxum o olho d’água, onde encanta seu filho Logun-Éde. É o rio, que também tem a regência de seu filho. É a queda d'água da cascata.
Orixá da prosperidade, da riqueza, do amor, e da beleza. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Regente do ouro, ela está presente e se encanta em joalherias e outros lugares onde se trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. Oxum é o próprio ouro, e está presente em todas as peças e jóias feitas com este metal.
Oxum é o “veneno” das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma “metida”, esnobe apresentada, principalmente pelo sexo feminino. Oxum é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geralmente está presente quando um grupo de mulheres se reúne. É o seu habitat, pois está encantada nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas.
Oxum rege o charme, o it, a pose. Tudo que está ligado à sensualidade, à sutileza, ao dengo, tem a regência de Oxum. Esta força é que desenvolve tais sentimentos e comportamentos nos indivíduos, sendo o sexo feminino o mais influenciado.
Oxum também é o flerte, o namoro, a paquera, o carinho. É o amor, puro, real, maduro, solidificado, sensível. Oxum não chega a ser a paixão. Esta é Yansã . Oxum é o amor, aquele verdadeiro. Ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos.
Realmente, Oxum é a Deusa do Amor. Sua força está presente no dia-a-dia. Embora o mundo de hoje esteja tumultuado demais, ainda existe espaço no coração dos homens para o amor. Ele ainda existe, e Oxum é quem gera este sentimentos mágico. Oxum está muito intimamente ligada à magia. É sabido pelo povo do candomblé que o filhos de Oxum são muito chegados ao feitiço. E isso tem explicação: Oxum é a divindade africana mais ligada às Yámi Oxorongá, feiticeiras, bruxas. Com elas aprendeu a arte da magia. Por isso, os filhos de Oxum são tão poderosos nesta arte.
Mas a magia está presente em quase tudo que fazemos, principalmente no que se refere ao coração, ao sentimento. Oxum é o encanto desses momentos, sua presença se dá nessas horas.

Oxum é os sentimentos doces, equilibrados, maduros, sinceros, honestos. É o sentimento definitivo, aquele que dura a toda a vida. Oxum é a paz no coração, é o saber que “amo e sou amado”. Mas encantam também na manha, no denguinho feminino, na vontade de ter algo, apenas por ter. Ela é o mimo, a menininha mal acostumada. É a sensualidade do “biquinho” feminino, quando quer uma coisa. É o charme!
Entretanto, a regência mais fascinante de Oxum é a fecundação, melhor, o processo de fecundação. Na multiplicação da célula mater – que vai gerar a criança, a nova vida no ventre .Exu entrega a regência para Oxum, que vai cuidar do embrião, do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na barriga da mãe. É Oxum que vai reger o crescimento desta nova vida que estará, neste período de gestação, numa bolsa de água como ela, Oxum, rainha das águas. É sem dúvida alguma, uma das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. E Oxum “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entregará para Yá Ori (Yemanjá), que dará destino àquela criança.

Oxum é uma força da Natureza muito presente em nossas vidas, já que todos nós fomos gerados no útero materno, todos nós convivemos, ainda na barriga da mãe, com Oxum e, num breve sentimento de carinho e amor, estaremos desenvolvendo esta força dentro de nós. Oxum é o amor e a capacidade de sentir amor. E se amamos algo ou alguém é porque ela está viva dentro de nós.
Candomblé Ketu, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.


Dia: Sábado
Saudação: Ora Yê Yê , Oxum!
Metal: Ouro, o bronze, latão e o cobre;
Cor: Amarelo Cristal
Comida: Omoolocum (Feijão fradinho, ovos cozidos, dendê ou azeite doce) e banana fritas
Símbolo: Abebê

Arquétipos

Seus filhos e filhas são doces, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são muito chorões. Também são extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social, além de sempre estarem namorando. São calmos, carinhosos, desprendidos, vaidosos, volúveis, altruístas, sonhadores, muito elegantes apaixonados por jóias, perfumes e vestimentas caras. Símbolo do charme e beleza, sensuais, porém reservados, evitam chocar a opinião pública à qual dão grande importância, sob sua aparência calma e sedutora, escondem uma vontade muito forte, um grande desejo de ascensão social.

Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

 


segunda-feira, 12 de março de 2012

 
Yansã
Epahei, Oyá!

Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de Rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Yemanjá, mas também é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade que é uma das representações do Orixá do Fogo. Assim como a Orixá Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de Erukerê especial chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns.
Oyá é a terceira Deusa de temperamento mais agressivo, sendo que a primeira é Opará e  a segunda é Obá.
O nome Yansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Yansã : A mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer.
Segundo as lendas yorubanas, Yansã foi mulher de Ogum, ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos raios, tempestades, do fogo e do Sol.

Deusa da espada de fogo, dona das paixões, Yansã é a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos Eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Yansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Yansã é o vento forte, a brisa que alivia o calor é também o prórpio calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Yansã é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Yansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Yansã é a energia viva, pulsante, vibrante. Sentimos Yansã nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Yansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Yansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Yansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das consequências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Ela rege o amor forte, violento.
Yansã é também a senhora dos Eguns (Espíritos dos mortos) como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
É a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Obaluaê ou (Omulu), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos Eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como Deus dos mortos, Yansã carrega consigo o Eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos Eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.

É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
Dia: Quarta feira
Metal: Cobre
Cor: Marrom e vermelho
Símbolos: Espada de cobre e o Eruxin (rabo de boi ou de búfalo)
Comida: Acarajé, abará.
Saudação: Epahei, Oyá!

Arquétipo

É de pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias, pessoas que podem ser fieis, de uma lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar pelas manifestações da mais extrema cólera. Pessoas, enfim, cujos temperamentos sensual e voluptuosos podem levá-las a aventuras amorosas extra conjugais, múltiplas e freqüente, sem reservas de decência, mas que não as impedem de continuarem muito ciumentas com seus parceiros por elas mesma enganados.
São pessoas sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São pessoas batalhadoras, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente essas pessoas cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

Fim!

Boa noite!
Inté.
Valéria

domingo, 11 de março de 2012

Ossain - Ewê ewê asá
Sem folha não há orixá, não há o Axé!

Ossaniyn, Ossain, Ossãe, (como se escreve habitualmente), ou (como é chamado na Umbanda) Ossanha que é o Orixá das ervas. No Candomblé Jeje é chamado de Agué é o Vodun da caça e das florestas e conhece os segredos das folhas, no Candomblé Bantu é chamado de Katendê, senhor das insabas (folhas). Seria de ambos os sexos assim como Oxumarê, segundo alguns pesquisadores 6 meses seria homem e 6 meses seria mulher. Ossain, Oxumarê e Obaluayê são filhos de Nanã e Oxalá.

O Deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos. Muitas vezes, é representado com uma única perna. Ossain é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.

Comanda as folhas medicinais e litúrgicas, chamadas de folha sagrada, que são utilizadas numa mistura especial chamada de Abô (banho de ervas). O Abô é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá. Nos rituais do Candomblé o Abô é vital, imprescindível. Tudo é passado no Abô, desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio homem, que vai se banhar e se purificar pelas ervas.

Cada orixá tem a sua folha, mas só Ossain detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto, sem ela nenhuma cerimônia é possível.
Mesmo nos sacrifícios de animais, canta-se para Ossain, mesmo que o sacrifício não seja para ele, pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado. É Ossain que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.
Realmente, Ossain é o encanto, a magia. E é por isso que quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossain pode escondê-la de nós, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida. Na salvação de uma vida, através da medicina; nos consultórios. Afinal, Ossain é o alquimista, o químico, o farmacêuticos, o Senhor das poções mágicas e curativas. É o feiticeiro, o bruxo, o médico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. E está presente, também, no cotidiano, pois estamos sempre muito próximos do mundo vegetal. É por isso que não devemos arrancar folhas sem motivos justos, derrubar árvores ou fazer queimada, pois estaremos violando a natureza, ofendendo seriamente esta poderosa força natural que denominamos Ossain.
Sentimos ainda mais sua presença quando estamos num horto, em meio às ervas. Ossain é a mágica das folhas, a sombra que nos proporciona paz, tranqüilidade e harmonia.

Ferramenta: Sua ferramenta tem uma haste central com um pássaro na ponta, do meio dessa haste saem sete pontas, chamada de Opassanìyn.
Animais: Bode e galo, entre outros.
Saudação: Ewê ewê asá ou Asá ô ou Ewê ô ou Eruejé, entre outras.
Dia: Quinta feira
Metal: Estanho
Cor: Verde e branco
Comida: Fumo, mel, cachaça (otin), milho vermelho, espigas regadas com mel.

Arquétipo

Pessoas equilibradas e capazes de controlar seus sentimentos e emoções, não deixam suas simpatias e antipatias interferirem nas suas decisões ou influenciarem suas opiniões das pessoas ou acontecimentos, aquele que não tem uma concepção estreita da moral e da justiça.
É difícil encontrar um filho/filha de Ossaim. Seus filhos(as) são pessoas engraçadas, risonhas, alegres e obstinadas. Quando querem, vão e fazem. Podem se tornar violentos e perigosos se estão insatisfeitos ou raivosos. Sabem conquistar as pessoas e adoram aventuras amorosas. São pacientes quando amam e fazem de tudo para a relação durar. Trabalham demais para conseguir estabilidade e independência.

Fim!

Boa noite!
Inté.
Valéria

sexta-feira, 9 de março de 2012

Arroboboi Oxumarê!


Oxumarê é o Arco Íris, sinal de bons tempos, de bonança. É o Orixá da riqueza, do dinheiro, chamando carinhosamente de “o banqueiro dos Orixás”. É a Dan (cobra sagrada) . Orixá da prosperidade, da fartura, do lucro.
É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma Serpente que morde a própria cauda. Enrola-se em volta da Terra para impedí-la de se desagregar. Rege o princípio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.
O homem, que vive atrás do dinheiro, que trabalha para ganhar seu sustento, não pode imaginar, que tem esta força da Natureza diariamente ao seu lado. Oxumarê esta presente praticamente em todos os momentos de nossa vida, pois tudo gira em torno do dinheiro.
Oxumarê está presente nas negociações, no pagamento de contas, no recebimento de um prêmio, na compra, nos negócios envolvendo gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nas financeiras, enfim, nos lugares onde se manuseia dinheiro.
Oxumarê é o perde/ganha do homem. É a felicidade de receber uma quantia e a tristeza de perder outra. É o elemento das grandes negociações, da aposta. Seu encanto está no tilintar das moedas.
É também o Orixá das prosperidades, da fartura, da abundância. É por isso que aqueles regidos por Oxumarê sempre estão bem e vida. Para eles o dinheiro não e problema. Gastam e ganham demais e estão sempre com os bolsos cheios.
Oxumarê é aquele que sabe fazer negócios. Quando se vai fechar um contrato, fazer uma compra, uma proposta, vender algo invocamos Oxumarê para nos orientar, pois ele é o Orixá que sabe negociar. É ele que sabe pechinchar, tratar, comprar e vender.
Oxumarê também é a beleza das cores. É o arco-íris, que vai colorir o céu, anunciando coisas boas. É o fenômeno que vai gerar o colorido do céus. É a beleza da cor, a hipnose da cobra, a felicidade do lucro.
Na nação Jeje, sua cor é oamarelo e preto de miçangas rajadas. Já no Ketu, suas cores são o verde e amarelointercaladas. Porém essas cores definem apenas ofio de contas, pois todas as cores do arco-íris lhe pertencem.
Irmão gêmeo de Ewá e tendo com irmãos mais velhos Ossãe e Obaluaê - todos filhos de Nana – Oxumarê sempre foi frágil, franzino, mas dotado de grande inteligência e capacidade.


Dia: Terça-feira;
Data: 24 de Agosto;
Metal: Ouro e prata mesclado;
Cor: Amarelo rajado de verde ou Amarelo rajado de preto;
Símbolos: Duas serpentes de ferro
Saudação: Arroboboi Oxumarê!
Comida: Ovos cozidos com azeite de dendê, farinha de milho e camarão seco, batata doce cozida, macerada e esculpida em forma de cobra c/ dendê.

Arquétipo

Desconfiados e traídos, observadores, pessoas que desejam ser ricas, pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos. Com sucesso tornam-se facilmente orgulhosos e pomposos, gostam de demonstrar sua grandeza recente, mas estendem a mão em socorro quando alguém precisa. E não raro, é ver um filho de Oxumarê se desfazer de algo seu, em favor dos necessitados, com a maior facilidade, contrapondo seu estado de orgulho e ostentação, a exibir sua riqueza. Nessa fase estão no arco-íris, a fase mais doce e sincera que possuem.
São pessoas de temperamento fácil de se lidar estando calmas, porém, se tornam terríveis quando com raiva, representando nesse estado a Serpente, que vem trazendo o lado negativo de Oxumarê, o seu lado mais perigoso, que é a falsidade e a perversidade.
Tudo muda em suas vidas: Os amigos, os romances, as cidades que moram. Gostam de mudanças e quando a fazem, se tornam radicais.

Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

terça-feira, 6 de março de 2012

Obaluaiyê - Atotoó!!!
É o Orixá da misericórdia!

 Obaluaê é uma flexão dos termos: Oba (rei) – Oluwô (senhor) – Ayiê (terra), ou seja, “Rei, senhor da Terra”. Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) – Oluwô (senhor), que quer dizer “ Filho e Senhor”.
Obaluaê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.
Obaluaê (ou Omulu) é o Sol, a quentura e o calor do astro rei. É o Senhor das pestes, das moléstias contagiosas. É o rei da Terra, do interior da Terra, e é o Orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha – da - Costa), porque os humanos são proibidos ver seu rosto, pela deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a este poderosíssimo Orixá.

Obaluaê rege a saúde, os órgãos e o funcionamento destes. Na dor que sentimos pelo mal funcionamento dos órgãos, ou por uma queda, corte ou queimadura.
A ele devemos nossa saúde e é comum, nas Casas de Santos, se realizar os Eboris (Ebós) de Saúde, que fazem para trazer saúde ao corpo doente.
Divide com Iansã a regência dos cemitérios, pois ele é o Orixá que vem como emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado.
Obaluaê, por ser o Senhor da Terra e das camadas de seu interior, para onde vamos todos nós, tem uma ligação com os mortos, pois ele é quem vai cuidar do corpo sem vida, e guiar o espírito que deixou aquele corpo. É por isso que Obaluaê e Omulu gostam de coisas passadas, apodrecidas.
Obaluaê está presente em nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aqueles que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes.
Está presente nos hospitais, casa de saúde, ambulatórios, postos de saúde, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença mas, principalmente, a cura, a saúde. É o Orixá da misericórdia.
Obaluaê é a força da Natureza que rege o incômodo de um modo geral. Rege o mal estar, o enjôo, o mal humor, a intranqüilidade. É o Orixá do abafamento e está presente nele, bem como na má digestão e na congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos.
Obaluaê está presente em todas as enfermidades e sua vocação, nessas horas, pode significar a cura, a recuperação da Saúde.
 
Filho de Nanã, que o abandou por ser doente, foi criado por Iemanjá. É o irmão mais velho de Ossãe, Oxumarê e Ewá, Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações, por sua importância.

Dia: segunda feira
Metal: chumbo
Cor: preto e branco e ou preto, branco e vermelho;
Saudação : Atotoó!!! Ajuberù!
Comida: Deburú (pipoca estourada na areia de praia), abadô (amendoim pilado e torrado), Iatipá (folha de mostarda) e ibêrem (bolo de milho envolvido na folha de bananeira);

Símbolos: Xaxará ou íleo (espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do Dendezeiro, enfeitado com búzios e contas) , é com ele que Obaluaê capta das casas e das pessoas as energias negativa e  limpa as doenças e os males espirituais.

Arquétipo: Seus filhos são sóbrios, reservados, generosos, geniosos, independentes, teimosos, tendência ao masoquismo. Sérios, calados, as vezes alegres e ingênuos demais, porém, são observadores e espertos. Seus filhos tendem a ter muitos problemas de saúde, problemas se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento.
Aparentam ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem idade avançada. Seus filhos são doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal-humorados. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem exceção. São fiéis, dedicados e amigos de verdade, podem ter premonições, tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.

Fim!


Boa Noite!
Inté.
Valéria

segunda-feira, 5 de março de 2012


 Orixá Xangô - Kawó-Kabiesilé


 
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornando-se Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são: o fogo, o Sol, os raios, as tempestades os trovões.
Filho de Yamasse (Torosi) e de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá.
Xangô é viril e justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores.
Suas ferramentas são: Oxê (Machado duplo, de dois cortes laterais, esculpidos em madeira ou metal) , Edun Ará (Pedra de raio) e Xerê (Conhecido como chocalho de Xangô).
Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorun.

Enquanto Oxóssi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempestades. Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relação com os Egunguns mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos (Egunguns).
Xangô é Axó Iku (a roupa da morte), por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela.
O pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral Egungun. Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com o Orixá Oxumaré considerado por ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades.
Esse é Xangô que, apesar de ser grande guerreiro, justo e conquistador, detesta a doença, a morte e aquilo que já morreu. Xangô é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se que ele é numa espécie de ímã de eguns, daí sua aversão a eles.
Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.

Características

Saudação: Kawó-Kabiesilé (Saudação é a forma com que os Orixás são reverenciados)
Cores: Vermelho e Branco, ou marrom e branco. 
Dia da Semana: Quarta-Feira
Elementos: Fogo, vulcões, tempestades, Sol, trovões,terremotos, raios. criador do culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas.
Metal: Ouro, cobre e chumbo.
Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras.
Oferendas: Amalá (Quiabo cortado), cágado, carneiro e algumas vezes cabrito.Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.

Arquétipo:

Seus filhos são sensuais e agressivos, voluntariosos, qualidade de chefia e ansiosos pela posição de comando. Embora passe uma imagem repressiva, Xangô sempre soube separar o bem do mal. A mentira e a falsidade são coisas que seus filhos não admitem. Mesmo autoritários e dominadores, sabem muito bem separar o certo do errado e adoram curtir prazeres que a vida oferece. Diante de qualquer problema, às vezes chegam a criar inimizades pela maneira franca de dizer tudo o que pensam. Mas mesmo assim, são adorados pela maioria das pessoas.

Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria





domingo, 4 de março de 2012



Logunedé - Logun, locê,Locê!
 "Logun é santo menino que velho respeita", assim dizia Mãe Menininha do gantois.


Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um Orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Inlè ou Érinle. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com seu pai Oxóssi e seis meses nos rios pescando com sua mãe Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.
Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi.
Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.
Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na história das religiões.
Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (Isís, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras.
Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. Na verdade possui uma grande relação com Oxum, sua mãe e com Erinlé, seu pai, trazendo consigo a personalidade desses dois Orixás e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um hermafrodita que durante seis meses é Oboró (Homem) e seis meses Ìyábá ( Mulher) como algumas pessoas assim o dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais.

É citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo. Casado com três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Oxum, é um Orixá de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos assentos de Oxum sempre quando agradado devemos agradar sua mãe.
Tem predileção ao dourado, é um Orixá muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orixás.
De Oxum, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo e vaidoso. Pois Oxum lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida.
Oxum menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.
De Erinlé, seu pai, Herdou o dom da caça pois Erinlé é da família dos Odé e seu símbolo é o ofá, a lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun-odé tem estas características, é um Orixá guerreiro.
Mas se, em várias tradições, ele é considerado um Orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.
Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé.
Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na Umbanda.

Características

Logun-Edé é o Orixá originado do encanto, ou encantamento de Oxóssi e Oxum.
Divindade dos rios, senhor da pesca. Logun-Edé vive seis meses com o pai, Oxóssi na caça e seis meses com a mãe Oxum, na água doce. Ambos ensinariam a Logun-Edé a natureza dos seus domínios.
Logun-Edé não é um Orixá “metá-metá”, ou seja, um Orixá de dois sexos, embora divida o tempo com os pais, Logun-Edé é um Orixá masculino.
Ele é a beleza em pessoa, o encanto dos jovens, o namoro, o flerte. Rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente. O seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, no primeiro carinho. Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores e numa paisagem singela. É também o deus da arte, o príncipe do que é belo, das águas doces, da caça, da alegria.
Logun-Edé está encantado nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho-da-índia e os pequenos pássaros, no mato baixo, nas matas pouco densas e principalmente nos rios, sua morada predileta.
Está ligado às artes de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar; como o seu pai Oxóssi e ligado ao banho, pois também é filho de Oxum, deusas das águas doces.

Dia: Quinta-feira
Metal: Ouro
Cor: Azul celeste e amarelo

Símbolos: abebê e ofá
Comida: Axoxo (feita com milho amarelo e coco) e Omolocun (feita com feijão fradinho e ovos);
Arquétipo

Altruístas, abnegado, sinceros, simpáticos, tensos, austeros, possuem senso de coletividade, calmos, desprendidos, inconstantes, vaidoso e sonhadores.

Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria