quinta-feira, 22 de março de 2012

Obá, Xirê!


Obá, Orixá africana do Rio Obá ou Rio Níger, patrocinadora de conflitos, primeira esposa de Xangô. Guerreira, veste vermelho e branco, usa espada e escudo.
Obá, representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as enchentes. Trabalha junto com Nanã. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. É também a dona da roda. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Oyá, Oxumarê, Exú e Orumilá.

Orixá guerreira, considerada até como uma Yansã velha. Na natureza, Obá está ligada às  cheias dos rios, às inundações. É ela quem vai reger todos esses fenômenos, sejam naturais ou provocados por erros humanos. Seu encantamento é feito desta forma, quando um rio transborda, inundando tudo. Obá está presente também nos coriscos, poder que lhe foi dado pelo marido Xangô, pois ela também tem ligação com a energia elétrica, a eletricidade. É poderosa, sábia, madura e realista.

Na vida dos seres humanos, Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, o ciúmes, a incapacidade do homem de ter aquilo que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de abandono.
Obá é também a frustração do homem e da mulher. Embora a lenda diga ser Obá uma guerreira, vencedora, ela consegue seu encantamento nas desilusões e frustrações, na derrota.


Pela lenda, Obá foi enganada por Oxum, que a levou a cortar sua própria orelha para oferecer a Xangô, ele, num gesto de repugnância, expulsou-a de seu reino. E toda essa dor, essa desesperança, esse abandono, ficou com marca registrada de Obá, e tais sentimentos tem a sua regência. Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos essa força da natureza chamada Obá, que mexe no nosso interior.
E a lógica diz que Obá é a “ultima gota”, que faz transbordar nossos sentimentos. Daí sua regência nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica. Se um rio enche e transborda, é porque não suporta mais o volume de água, deixando escapar “aquilo que já não cabe mais”. Isso é Obá, essa é a sua regência, seus encantamento, sua influência.

Obá é o desabafo: “ já não suporto mais...” , é a agitação do sentimento indevidamente mexido, afetado por algo ruim.

Dia: Quarta-feira
Saudação: Obá, Xirê!
Metal: Cobre
Cor: Marrom-rajado
Comida: Abará (massa de feijão fradinho cozido enrolado em folhas de bananeira), acarajé e amalá (quiabo picado);
Símbolos: Ofangi (espada) e um escudo de cobre.
Arquétipos

As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco incompreendidas.  São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo que lhe pertencem. Os seus insucessos devem-se a um ciúme um tanto mórbido, entretanto, encontra compensações para as frustrações e sofrimentos em sucessos materiais.
Pessoas valorosas, suas tendências um pouco viris, fazem-na frequentemente voltarem-se para o feminismo ativo, as suas atividades militantes e agressivas são consequências infelizes ou amargas por elas vividas.
Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais. Dedicadas e muitas vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e as amizades.

Fim!



Boa Noite!
Inté.
Valéria

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