sábado, 17 de março de 2012

 
  Salubá, Nanã!


Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã. Senhora da morte, geradora de Iku (morte). Deusa dos pântanos e da Lama. Mãe da varíola, regente das chuvas, das águas paradas, mangues e da terra molhada.
É  considerada a mãe dos orixás: Obaluayê, Iroko, Ossayin, Oxumarê e Yewá. Nanã é de origem Jeje, da religião da Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida com República de Benin.
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas Religiões Afro-brasileiras.
Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe Terra Primordial" dos grãos e dos mortos. A existência do culto de Nanã Buruku é atribuída a tempos remotos, anteriores à descoberta do ferro, por isso, em seus rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.

A mais temida de todas os Orixás. A mais respeitada. A mais velha, poderosa e séria. Nanã é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku (morte) para longe, é quem permite que a vida seja mantida.
É a força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo poder que ostenta. É ela a mãe da varíola e se faz presente quando existe epidemia da doença.
Nanã também está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contanto com água e com a terra, formando a lama, dando origem à sua própria vida. Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho.
Nanã é lama, é a terra em contato com a água. Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.
Ela é a chuva, a tempestade, a garoa. O banho de chuva, é uma espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. Por isso, não devemos blasfemar contra a chuva, que muita vezes estraga passeios, programas, compromissos, festas e acontecimentos. A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra. Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. Não queira ver ou sentir a ira de Nanã, pois posso lhe assegurar que não existe nada mais feio!
Considerada a Yabá (Orixá feminina) mais velha, foi anexada pelos Yorubanos nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida. É agradar a morte, para viver em paz. Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém.
Nanã é o Orixá da vida, que representa a morte. E a isso devemos o máximo respeito e carinho.
  
Dia: Sábado
Metal: Latão
Saudação: Salubà!
Cor: Branco rajado de azul ou lilás
Comida: Aberem (milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá, Ebô (Canjica branca cozida com coco ralado sem casca)
Símbolo:  Ibiri e os bradjas (contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente)



Arquétipo

São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Tolerantes, mas implicáveis, maduros, lentos, firmes, bondosos, simpáticos, extremamente limpos e com temperamento artísticos.Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos, quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista às últimas consequências, tornando teimosia. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. Os filhos deste grande Orixá são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.


Fim!

Boa Noite!
Inté.
Valéria

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